25 novembro 2013

Crítica do Koi #2: Frankenweenie


Tim Burton mais uma vez vem nos brindar com mais um conto sombrio, algo que é marca registrada do autor desde Edward Mãos de Tesoura. O diretor faz o repeteco da animação stop motion vista em seus trabalhos anteriores: O Estranho Mundo de Jack e Noiva Cadáver. Pode ser que nada nesse filme seja uma novidade para quem conhece o trabalho do cara, mas Frankenweenie não passa em branco.

Todo a animação remete aos filmes de horror, desde a sua gravação (totalmente em preto e branco), até seus caricatos personagens e sua cidade fazem referências frequentes aos filmes clássicos do gênero de horror. A junção da fantasia infantil com este universo faz mais uma fábula sombria. Aqui temos o garoto Victor Frankestein, um jovem que tem como amigo o seu fiel cachorro Sparky. Juntos fazem filmes caseiros de monstros. Além desta paixão, o jovem Victor é fissurado em ciência altamente influenciado pelo novo professor local.



Os pais, preocupados com a falta de interação social do filho, tentam o convencer de praticar um esporte como condição para participar da feira de ciências da escola. O tímido protagonista entra para um time de Baseball, no seu primeiro jogo seu cão morre atropelado ao tentar resgatar a bolinha de baseball de seu dono, após um bem sucedido home run.

A morte do amigo deixa Victor inconformado com a situação e durante uma das aulas de ciência ele tem a ideia de ressuscitar seu amigo peludo, a lá Frankestein mesmo, utilizando aparelhos domésticos de sua casa.  Enfim, o experimento dá certo, mas bem... Um de seus colegas descobre e pede que ressuscite um bichinho de estimação também, dando o início a confusão.



No filme temos uma visão crítica sobre como a sociedade vê em geral a ciência. Quando durante um dos experimentos que um dos alunos faz com garrafas de refrigerante no telhado de casa, acaba caindo e quebra o braço. O que leva o pessoal de New Holland (cidade fictícia onde acontecem os eventos do filme) pedirem o afastamento do docente. Somente os pais de Victor tinham algo a favor do cara, mas o camarada sem paciência chama todos do local de ignorantes e que os únicos capazes de aprender são as crianças. Só que sua maneira excêntrica de se "expressar" fez com que todos o vissem como maluco e culminou em sua expulsão de vez. Colocando no lugar a professora de Ed. Física.

Victor inconformado o procura antes de partir. Talvez um dos diálogos mais legais do filme. Durante a conversa com o jovem Victor ele explica que a ciência não é boa nem má, depende de quem a usa. E de que um experimento pode mudar se as variáveis forem mudadas. Claro que rola uma fantasia sobre isto nessa segunda afirmativa, mas não deixa de ter um pouco de verdade. Isso é explicado na hora em que os colegas de Victor tentam repetir o mesmo experimento em suas casas.

O filme tem uma certa crítica em relação aos pais x filhos: desde a preocupação dos pais do Victor com ao seu jeito de ser em não querer se enturmar até quanto um dos pais descontentes com o professor do colégio reclama que seu filho está fazendo perguntas as quais ele não sabe responder. Além de uma crítica novamente a ciência, em que todos querem respostas prontas e imutáveis o que não é bem assim. 

A trama é conduzida de maneira agradável e apresenta o sobrenatural como fantástico. Afinal, quem nunca desejou que seu bichinho de estimação revivesse. E que nós adultos temos que parar de acharmos os donos da verdade e de vez em quando abrir a mente para novas idéias, coisa que os jovens aceitam com mais facilidade até.

Só fica aquele final de que tudo é possível (a lá Disney). Acho que faltou algo que ensinasse aos pequenos a lidar com a perda de alguém especial. No mais a mensagem que a Sra Frankestein diz ao filho após o enterro do bichinho: ele viverá para sempre no seu coração já fala por si só. O resto é fantasia.

Trailer do filme:


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